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O GarroTTe TT

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quinta-feira, setembro 13, 2007

I Expedição FLR Marrocos

Pois é meus amigos, cá estou de volta de Marrocos...

Sempre que ouvia falar em ir a Marocos, pensava apenas no meu CAMELO a calcorrear as dunas e a fazer as pistas, mas Marrocos é muito mais que isso. Marrocos é mais que as dunas, toda a paisagem em si, as gentes, o cheiro, a desorganização, a pobreza... tão perto e tão longe da nossa sociedade Europeia. Não tenho palavras que descrevam a expedição, o convivio com pessoas que pouco conhecia e outras que não conhecia mesmo, ganhei novas amizades, e aquela imensidão de deserto, faz-nos ter noção do quão pequeninos somos. Um colega nosso diz que o deserto muda as pessoas, é verdade, é quase como renascer outra vez. Por outro lado, ver que há pessoas que vivem com tão pouco quando nós temos muito mais que o essencial faz-nos olhar para a nossa condição diária de maneira diferente. As dunas, bem, as dunas são um autêntico orgasmo psicológico, hehehehehe.

A nossa aventura começou no dia 30, quando depois de almoço descemos por Espanha sempre pela "ruta de la plata" eu, o meu filho Pedro e a minha amiga Susana, ao encontro dos nossos companheiros na linda cidade de Elvas, com o carro carregado com presunto, chouriços, pão caseiro e outras especialidades Mirandesas, hihihi.
1º Dia
Partida de Elvas a Algeciras, sempre a dar gás nas máquinas para chegar a horas justas de embarcar. Passar a fronteira de Marrocos foi mais uma "estória", e lá andava aquele murcon de saias a chular os turistas, mas o que mais me custou foi os 60€ pelo seguro para 10 dias com um capital segurado de 500 euros, sim, 500 euros, lololol. Depois disso lá seguimos viagem até Asilah com mil e uma operações STOP, por uma auto-route em construção e onde praticamos o nosso permis de conduire em Marrocos, lolol.

2º Dia
De Asilah até Midelt passagem por Azrou. Floresta dos Cedros com ponto alto nos Macacos que o Pedro adorou e dormida no Kasbah Asmaa. Depois de jantar peço ao empregado um digestivo tipico Marroquino, ao que ele responde "thé de mente" e eu: não, assim algo tipo um chupito, alcool... o moço olhou para mim como se eu fosse uma extraterreste, deu de costas e nao apareceu mais, hehe lá valeu a garrafita do Vieira. O nosso quarto era bem bom, parecia saído de um conto das mil e uma noites...

Dia Entrada no Deserto. A partir de Er Rachidia, com as primeiras emoções de navegação em pista até ao Auberge du Sud. Aqui começaram as fortes emoções, com pistas largas de pedra onde foi testada a nossa capacidade de orientação, já que eram inúmeras as pistas e hipóteses. Aí sentimos as dificuldades de andar no deserto, mas chegamos em segurança ao Erg Chebi. Fomos muito bem recebidos pelo Tuaregue Moha, que nos tratou com as maiores deferências. O Auberge está num sítio espantoso, mesmo em cima do Erg Chebi. Houve pessoal que foi de camelo ver o por do sol nas dunas e outros fomos testar as máquinas na areia, o meu primeiro e único atascanso, lol. Á noite tivemos a festa das mil e uma noites, onde o Moha ofereceu ao Mestre uma festa de aniversário, com direito a passeio de dromedário e tudo! Um dia tb quero ter uma festa assim para mim!!!!
4º Dia
Com o Hamid, fomos fazer o percurso à volta do Erg Chebi e aí foi a curtição total! Em pistas de areia e pedra, dunas e oasis de sonho, como eu disse, verdadeiros orgasmos psicológicos!! O pessoal curtiu bués!!! Encontramos várias pessoas, que viviam simplesmente não sei como no meio do nada, o Luis fez o curativo a um miudo com um entorse e o pé com mto mau aspecto, e ainda ganhou umas chinelas novas. Nesta zona notava-se já que as pessoas pediam comida, mais que os stylos, gateau... cadeau.... . Seguimos para a aldeia de Merzouga onde comimos numa "exposicion artesanale" uma espécie de panike com urtigas, sim, urtigas!!! O que vale que uma boa transmontana trás sempre um salpicão e um carolo de pão na algibeira!!! Este dia foi para mim dos melhores, uma curtição total que fez de imediato pensar em voltar novamente ao Augerge du Sud. À noite, mais uma festa de Ali Bábá e aniversário do gese com a Susana a fazer de odalisca e a dançar muito bem, hehehe, terminamos às tantas no tanque do Auberge, eu forçosamente, mas ajudou bastante a dormir.
5º Dia
Com muita pena, largamos o Auberge du Sud e rumamos a Rissani e depois para Alnif, onde cumprimos uma das nossas missões. A entrega de material escolar e didático à Associação Bougafer. O FLR aqui está em grande! Em Alnif nós (FLR) seremos sempre bem vindos. De Alnif, fomos por pista bué de confusa até Tinehir, onde vimos um dos mais lindos oasis do sul de Marrocos. Entrámos nas Gorges du Todra e aí foi o deslumbramento total! Depois de umas fotos, e contra todas as indicações lá fomos nós para a dura batalha da pista que une as Gorges du Todra às Gorges du Dadés. Posso dizer que foram os mais duros, não só pela navegação exigente, como pela natureza da pista e por ter sido feita grande parte de noite num Oued profundo em que nunca sabíamos se teríamos saída ( pista à mulheriii). Mas, porque sempre acreditámos, foi possível chegar ao Auberge du Dadés, cerca das 3h da manhã. Posso dizer que o pessoal todo, sem excepção, se portou heroicamente. Foi neste Local que todos ficamos sem palavras quando uma familia nómada que vivia no meio das pedras se acercou a pedir comida e um miudo trazia um violino de latas na mão... será uma das imagens que nunca esquecerei na vida. Dormimos no Aubergue du dadés, com colchão de palha e cama de molas (ao menos o meu) mas o cansaso já era tanto que descansei mto bem!!!

6º Dia
Um dia calmo para equilibrar a adrenalina do dia anterior e avançar para uma cidade moderna e ocidentalizada de Ouarzazate. O Hotel La Perle du Sud recomenda-se (excepto quem tenha horror a baratas na banheira, baratas?!! Não!!! Baratonas, hehe). Brutas bombas na piscina! ...começaram as primeiras compras na medina de Ouarzazate... Ai as minhas Tajines, lol

7º Dia
Depois de uma tentativa de visita aos vários estúdios de cinema, partimos para a pista de montanha a cerca de 2000 metros de altitude ao longo de um vale profundo com uma zona fortemente agrícola. Aqui cruzámos com um veículo cuja marca começa e Tó e acaba em Tá e tem as letras OY no meio, conduzido por uma casal que se dirigia para a África do Sul (este carro havia já sido visto em Portugal por varios membros da expedição ). A pista, bastante bonita, desenvolvia-se sempre com um profundo desfiladeiro á nossa esquerda em que as ultrapassagens eram exercício de condução e de audácia. Grande parte desta pista foi feita pelos co-pilotos(as) Sim, a Susana conduziu!!!
8º Dia


Em Marraquesh, bem, aqui é loucura, a desorganização total, manter uma caravana de 12 jipes juntos em hora de ponta é tarefa quase impossivel, mas a gente primeiro estranha e depois entranha e já conduziamos pior q eles, era passar em cima de passeios, entrar a fundo nas rotuntas... só tenho pena que alguém numa mobilete (mobiletes?? mas de 100000!!) me tenha roubado a bandeir de Portugal. A Susana filmou toda esta confusão. Com o pessoal estoirado, optámos por ficar em Marrakech para recuperar baterias e encher os Lands de compras! aqui também foi a loucura total, com o senão de não serem autorizadas Bombas na piscina, mas em compensação as massagens com oleo de jasmim são uma delícia... e aqueles coktails à beira da piscina.. hummm. O pessoal ficou completamente passado com os petit taxis, com as mobilettes e com a grandeza da Place Jemna Alfna. De tal modo que já come saladas, azeitonas, nas barracas da praça e sumos de laranja ao hectolitro!
9º Dia
Fizemos 636 Km até Ceuta passando pela lindissima estancia de férias M'diq e desta vez foi muito mais fácil passar a fronteira.

E foi mais ou menos assim a nossa aventura, fica por descrever o companheirismo, o espirito LR, as emoções que fomos sentindo ao longo dos dias.... o cheiro... porque simplesmente não há palavras que o descrevam.



Ao grupo, peço desculpa por qualquer coisa menos boa da minha parte. Quero deixar um abraço especial a TTodos e TTodas que participaram nesta expedição, que se manteve sempre coeso e a responder presente mesmo nas situações mais difíceis como na etapa entre as Gorges.



Agradeço também a Susana Lousada, pela coragem que teve em acompanhar-me, pela companhia e por tudo, e claro, ao meu Filho Pedro, que se portou como um Homem, e que espero que guarde como lição de vida tudo o que viu e fumente ainda mais o seu amor pelos LR.



Obrigado a todos e até à II Expedição Landlousã/FLR para o final de 2008.